segunda-feira, 19 de julho de 2010

Miragem

Ensaios da Imaturidade - Parte I


Começo a sessão terror regresso deste blog com a publicação de um poeminha de 22-03-2004.
Lá vai a emice:




Miragem


Fogo gelado
Percorre-me o corpo


Ondas de luz
invadem meus olhos


Coração acelerado
Pleno de alegria
Batendo em meu peito
No ritmo dos seus passos


Teu cheiro suave
Impregnado em minhas narinas
é perfume exalando
Já posso senti-lo


Nascente de rios
Tua visão alegra-me


Contato confortante...
Mergulho em seu olhar
Já se passou o tempo?


É me arrancado um pedaço
Vazio em mim...


Não recue!


Vejo o mar em seus olhos
Em mim, cachoeiras
Águas rolam sem estrépito até o chão


Rosto molhado
Lágrimas salgadas
Vindas daquele mar
Onde quero me afogar
Minha boca já é amarga
Sem teus doces beijos
Tristeza em seu olhar
Saudade já vejo


Nossos braços estendidos no ar
Um ao encontro do outro
Sem ao outro encontrar


Vais com a brisa
E com ela espero que voltes...
...logo.
Pois já perco tempo sem você.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Caixinha de migalhas

Como post de hoje, roubo do blog "Sanidade contida e serenamente cultivada" a publicação "Tem cabimento?" e meu comentário a respeito: 

"Numa caixinha, a gente guarda
migalhas e o mundo, se a gente quiser..."

Tem gente que guarda migalhas;
tem gente que faz do todo, migalhas.
Tem gente que não se cabe - de alegria, de tristeza.
Tem gente que guarda e não reparte.


Um adendo para a lembrança do Rapha para a música (para mim, até então desconhecida) de Arnaldo Antunes, "Cabimento":


"como uma agulha cabe numa caixa de fósforos
ou num caixão
num palheiro num jardim no bolso de uma pessoa
na multidão
caminhão montanha tudo cabe em seu tamanho
tudo no chão
hoje eu caibo nesse mesmo corpo que já coube
na minha mãe

minha mãe
minha avó
e antes delas minha tataravó
e antes delas um milhão de gerações distantes
dentro de mim

um lugar
num porão
uma cama num colchão
como um átomo num grão
uma estrela na galáxia

como a bala de revólver cabe no revólver
cabe também
numa caixa num buraco bem no centro do alvo
ou em alguém
onde cabem coração cabeça tronco e membros
soltos no ar
como cada gesto cabe no seu movimento
muscular

só nós dois
meu amor
não cabemos em mim ou em você
como toda gente tem que não ter cabimento
para crescer"

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Poesia em parceria

Pra abrir as postagens, publico uma poesia feita em parceria com a coleguinha Pri.
Ela começou como um trocadilho com uma música e acabei continuando, por brincadeira.
Fica aí a nossa obra de arte, hehe.






Eu quero a sorte de um amor bem misturado
Com sabor de suco de fruta
Nós enredados
No embalo da batida
Em teus braços renascida
Sou teu chão
Sou desmedida
Te dou o amor
Dou minha vida
E troco algo por garantia